Este espaço foi criado para me aproximar das pessoas que têm interesse pela poética, como um mundo de possibilidades a ser conhecido, inclusive, relacionando-o com as chamadas "exatas", que, veremos, não são tão exatas assim. Contém o meu pensar sobre cultura, ciência e sua relação com o mundo, e a chance de um olhar mais amplo sobre ele e suas questões. Está aberto aos comentários, às opiniões divergentes, às discussões e a tudo que nos permita essa amplitude.
quinta-feira, novembro 10, 2011
Os pés do defunto (guacira maciel)
Em uma das minhas viagens de trabalho, realizada a poucos dias no sul da Bahia, como de hábito ouvi histórias bem interessantes, mas esta foi hilária pela originalidade e pela forma como foi contada, e assim, não pude me furtar a registrá-la aqui (até porque usos e costumes se constituem cultura), embora tenha me comprometido em não identificar o município para evitar que a narradora fosse expulsa da cidade. Segundo a mesma, lá existe o costume de se velar os defuntos em casa e fora do caixão! O dito cujo é colocado em sua própria cama, enrolado em um lençol, ficando com os pés descobertos, e todo visitante que se aproxima pra prestar sua ultima homenagem, levanta o lençol, dá uma olhadinha no exposto, carpe algumas lágrimas, volta a cobrí-lo fazendo piedosamente o Sinal da Cruz para encerrar o ritual, e depois sai para bater um papinho com os amigos do lado de fora do quarto. O detalhe interessante é que não importa em que condições estejam os pés do convocado ao paraíso. Um dia, tendo ido ela mesma, a nossa narradora, carpir algumas lágrimas no velório de um conhecido, percebeu, indignada, que os pés do defunto estavam imundos, o que a deixou penalizada; então, ao ver que mais uma visita se aproximava, puxou rapidamente o lençol para cobrí-los, deixando-lhe o rosto descoberto e quando a mulher foi cumprir o ritual de praxe, levou o maior susto da vida, ao dar de cara com o morto já descoberto!...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
As cores eram mornas e suaves como saidas de um sonho crepuscular... não ousei perturbar a quietude daquele quase sono e permaneci imersa re...
-
...deu-me figos e castanhas vinho doce como água de regato e nada precisou ser dito por interferência dos deuses nos uniu a Eternidade...
-
Não apenas uma rosa a rosa amarela... belas são todas as rosas, mas aquela não era apenas uma rosa, aquela rosa era uma visão; diante dela, ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário