domingo, junho 21, 2009

Mas afinal, quem somos nós? (guacira maciel)



Se tivesse esta resposta (e como gostaria...), acho que teria todas as outras, porque ela é a grande pergunta; a pergunta fundamental e também a resposta fundamental. A nossa grande questão é não criar mais nada na natureza entendendo-se que ela é única: humana ou qualquer outra...está tudo criado e terminado; perfeito! A nós, cabe agora, usar o seu centro, a ‘caixa preta’ da criação, que é o cérebro, onde tudo está registrado, e pensar; este é o grande saque! Tudo é possível se soubermos compreender isso. Todos os grandes homens, cientistas, pensadores, mas principalmente os filósofos entenderam essa questão e nos deixaram a gênese da compreensão ampla, a possibilidade. Na verdade, nos foi legado como herança um grande e mágico puzzle a ser montado peça por peça; um verdadeiro enigma a ser desvendado. Os caminhos serão muitos e cada um encontrará o seu; as possibilidades, infinitas; mas só uma resposta final, a partir da qual teremos as subsequentes.
Não tenho o conhecimento específico necessário para elaborar uma hipótese, conformando-me em usar a minha sensibilidade e possibilidade de subjetivar para procurar respostas, uma vez que penso, que me conduzam a um caminho que possa suavizar minhas angústias.


Entretanto, tomo como referência o que o cientista Sir Fred Hoyle, antes de mim (risos), já concluiu: que a vida não poderia ter sido (acontecido) em conseqüência de uma atividade aleatória, ainda que todo o Universo tivesse sua composição “de massa pre-biótica” (não pude entender muito isso aí), mas cheguei à mesma conclusão por outros caminhos. Portanto, ao que pude entender, aquela hipótese matemática de 1em1.050 é considerada pelos próprios cientistas como impossível, uma vez que em termos de tempo, do Big Bang, se considerarmos sua ocorrência como tendo sido a mais de 15 milhões de anos, passaram-se, 1.018 no tempo total, e o úmero total de átomos do Universo ser de, apenas, 1.010 (essas medidas têm um registro que não foi possível aqui).
Outra improbabilidade, pelo que pude entender, refere-se àquela teoria da possibilidade de vida pela formação de uma “sopa pré-biótica” composta pelos aminoácidos, porque não existem evidências disto nas referências geológicas já pesquisadas. E mais, seria improvável também, que nessa sopa se formasse, apenas, um conjunto de proteínas, quanto mais o que seria preciso delas para suprir toda a vida, entre outras necessidades. Quanto ao processo aleatório ou acidental de formação da vida, seriam necessários mais alguns milhões de anos para que ocorresse e temos a informação de que a terra tem, só, 4,6 milhões de anos, e a vida, menos tempo. Além disso, a criação espontânea é muito caótica para criar algo tão perfeito como a VIDA.
A essas teorias, as quais pude entender, juntam-se outras ainda mais complicadas, como uma baseada na Lei da Termodinâmica, etc., etc. A minha compreensão disso tudo, que alguns considerarão até simplista, é que, mentalmente, somos criaturas e criadores, à imagem semelhança do Criador, porque Ele nos legou como herança essa condição. No entanto, ainda não saímos do estágio de amadores; ainda não entendemos isso, não sabemos usar esse potencial para criar, porque não conseguimos ultrapassar nossos próprios limites (como a velha mariposa que não consegue ultrapassar o círculo de luz que lhe restringe o vôo); talvez por medo, não saibamos soltar nossas amarras, que são verdadeiros grilhões; âncoras que nos imobilizam. Até agora, a única possibilidade de criar, de se soltar, que o homem já utiliza com alguma familiaridade, inclusive na tentativa de criar uma realidade própria, é partindo da subjetividade, aquela que realiza através da arte. Mas que fenômeno é esse? Como alguns seguem esse processo e outros não? Quais seriam os caminhos? Isso é pouco se considerarmos o número reduzido de pessoas que o fazem, dentro de um universo tão grande, ainda que considerados privilegiados ou "loucos".
Posso entender que só aos poucos, gradativamente, à medida que avançamos nossas buscas, vamos também entrando em contato com esse potencial de dimensões inimagináveis, que é a nossa mente; creio que o caminho deva ser esse. Até porque ainda não temos o acesso liberado, talvez por ser entendido que não suportaríamos ter nas mãos essa formidável máquina de uma só vez (para mim, a teoria quântica seria uma possibilidade...). Não saberíamos o que fazer com ela, ou faríamos muita besteira, sei lá... Somos frágeis e houve necessidade que tudo ocorresse dessa forma para que esse conhecimento fosse absorvido e processado como uma digestão. Na verdade, somos a representação ou a síntese de cada processo interno nosso, mesmo... Mas, ainda assim, me parece, temos medo de nós, do que somos ( desse ser desconhecido), algo parecido com aquela situação em que sabemos da existência, mais adiante, de algo que não reconhecemos, com que não sabemos lidar, e fechamos os olhos como crianças, como se não vendo anulássemos um perigo iminente. Encontro-me num momento de profunda perplexidade com o que estou conhecendo, e isso não é nada; eu não sei nada! Antes tinha numa das mãos um saco de interrogações e na outra um mundo de respostas, o que poderia trazer conforto; hoje, tenho uma galáxia de interrogações e nas duas mãos nenhuma resposta.
Quem somos nós? Ta todo mundo procurando esse sujeito!