Hoje apenas sangro
de orvalho em orvalho
todas as seivas que foram tuas
o sopro de um amor pueril
evade-se da alma impotente
pássaro cativo do ato mais escravo
o teu canto foi calado
deixaste a pradaria em plena cavalgada
o medo indolente incombatido
mata o mistério do gozo de viver
se ainda me deixasses tocar tuas feridas sem receios...
mas nem um olhar
para velar o funeral da ultima andorinha
Já houve festa e amor vestal
recebeste a visita das auroras em minha cama
roseando as tuas faces
agora alquebradas em solidão azul
também silenciaram-se teus passos de chegada
e o som resfolegante e cristalino dos teus beijos
um mar de abrolhos murmureja
em nossas doces madrugadas
o vigor da mão do timoneiro
afrouxa e perde-se o colar de pérolas cultivadas
dormes o sono lasso da escravidão
por saber-te só
a dor de te amar sem esperança
invade o meu peito e sangra-o
gota a gota...
Este espaço foi criado para me aproximar das pessoas que têm interesse pela poética, como um mundo de possibilidades a ser conhecido, inclusive, relacionando-o com as chamadas "exatas", que, veremos, não são tão exatas assim. Contém o meu pensar sobre cultura, ciência e sua relação com o mundo, e a chance de um olhar mais amplo sobre ele e suas questões. Está aberto aos comentários, às opiniões divergentes, às discussões e a tudo que nos permita essa amplitude.
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2 comentários:
Boa noite,Poetisa!
Parabens pelo belo trabalho.
Abraços
Sinval
Boa noite, amigo.
Obrigada pela visita e pelo delicado comentário.
Abraço,
Guacira.
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