Este espaço foi criado para me aproximar das pessoas que têm interesse pela poética, como um mundo de possibilidades a ser conhecido, inclusive, relacionando-o com as chamadas "exatas", que, veremos, não são tão exatas assim. Contém o meu pensar sobre cultura, ciência e sua relação com o mundo, e a chance de um olhar mais amplo sobre ele e suas questões. Está aberto aos comentários, às opiniões divergentes, às discussões e a tudo que nos permita essa amplitude.
domingo, dezembro 06, 2009
Em botão... (guacira maciel)
A mucosa da minha boca
ainda retém o gosto
das palavras em botão
agora flor despetalada
ditas em fluxo rubro
hemorrágico
nascido das tuas profundezas
ora barcos a vela
ora preamares
em horizontes sem limites
abertos selváticos
expostos à pálida luz
restos nostálgicos
da recente cópula de outro poema
vivida entre o sol e a lua
na pele do meu rosto
ainda escaldante
as impressões das tuas mãos suaves
pérfida seda
cujos toques eram sonoros
em minh’alma
acima das nossas cabeças
o teto de infinito azul
gazebo imaginário
não abrigava dos ventos oceânicos
os meus cabelos
refrescados intempestivamente
cegando meus olhos
se derramaram lágrimas
nascidas no coração
como enchentes dos teus
nossos segredos revelados
na geografia das nossas almas
cujas aversão à solidão
nos fizeram voltar e voltar
são o enigma que nos fascina
e nos obriga a retornar das auroras
ao crepúsculo
como pequeninos pontos
imóveis ao olhar de quem fica.
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2 comentários:
Ô Fia! kkk Porreta mesmo seu poema!
Eita coração apaixonado, mas, o dizer despetalado pode e dever ser florescido em nova primavera, né não? kkkkkk
Repare, se ligue... kkkkkk
bjs
O Sibarita
Oi, querido...obrigada.
Sem dúvida uma outra primavera (ou verão...).
Beijo.
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