A mucosa da minha boca
ainda retém o gosto
das palavras ditas em botões
agora flor despetalada
como fluxo hemorrágico
rubro
brotado das tuas profundezas...
eram mares
eram barcos à vela
horizontes sem limites
abertos selváticos
expostos à pálida luz
restos nostálgicos
da recente cópula de outro poema
vivida entre o sol e a lua
na pele do meu rosto
ainda escaldante as impressões
das tuas mãos suaves
pérfida seda
cujos toques eram sonoros
em minh’alma.
acima das nossas cabeças
o teto de infinito azul
como gazebo irreal
não abrigava dos ventos oceânicos
meus cabelos refrescados intempestivamente
cegando meus olhos
se derramavam lágrimas
nascidas no coração
como enchentes dos teus.
Nossos segredos revelados
na geografia das nossas almas,
cujas aversão à solidão
nos fizeram voltar e voltar...
Enigma que nos fascina
e nos obriga a retornar das auroras
ao crepúsculo
como pequeninos pontos,
imóveis, ao olhar de quem fica.
Este espaço foi criado para me aproximar das pessoas que têm interesse pela poética, como um mundo de possibilidades a ser conhecido, inclusive, relacionando-o com as chamadas "exatas", que, veremos, não são tão exatas assim. Contém o meu pensar sobre cultura, ciência e sua relação com o mundo, e a chance de um olhar mais amplo sobre ele e suas questões. Está aberto aos comentários, às opiniões divergentes, às discussões e a tudo que nos permita essa amplitude.
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2 comentários:
Guacira é uma alegria grande conhecer o seu verso! Estou também lá no Escritartes!Parabéns!Abraços,Nina Araújo
Oi, Nina!
Obrigada pela visita e pelo comentário; volte sempre, ficarei feliz com isso.
Bom que tenha vindo juntar-se a nós no Escritartes.
Abraços,
Guacira.
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