Conheci o belo Francisco
outrora audaz vigoroso
hoje pra nós Velho Chico
qual um jovem ainda belo
mas bem menos caudaloso
águas claras quase azuis
refletem o céu do sertão
porém já não consegue tirar
o caboclo dali o pão
como o Nilo seu irmão
margens férteis após a cheia
igual útero em tenra idade
a semente em tempo plantada
germinava floria e dava
tanto grão que nem areia
agora sangram suas entranhas
matam as suas lendas
pescam na Piracema
destroçam o habitat
e as matas ciliares
onde a fauna do velho rio
sempre teve os seus lares
o vapor no Velho Chico
já não pode navegar
e a população ribeirinha
que quando o via passar
acenava num gesto amigo
já não tem essa alegria
que a novidade trazia
pois não vão ouví-lo apitar
é preciso providência
tomada de consciência
enquanto se pode tomar
depois do Velho Chico sem água
e a nuvem que não deságua
não dá pra chorar a mágoa
e o caminho retomar...
Este espaço foi criado para me aproximar das pessoas que têm interesse pela poética, como um mundo de possibilidades a ser conhecido, inclusive, relacionando-o com as chamadas "exatas", que, veremos, não são tão exatas assim. Contém o meu pensar sobre cultura, ciência e sua relação com o mundo, e a chance de um olhar mais amplo sobre ele e suas questões. Está aberto aos comentários, às opiniões divergentes, às discussões e a tudo que nos permita essa amplitude.
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Um comentário:
Rapaazz! kkkk O que há de se comentar sobre o Velho Chico redentor do Nordeste se vc já disse tudo no seu belo poema?
É orar, rezar para que o homem tome consciencia...
PORRETA!
O Sibarita
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