Cesse an nuôssa tiêrra
la lhéngua fidalga pertuesa
i deia lhugar a la nuôssa, mirandesa.
Eilha, nuôba cumo yê
relhuza bien, de nuite cumo de die
essoutra tan biêlha de l anton
deixe lhugar a la nuôssa
oh, mas que grande eimoçon
mai, tu que me tubiste
drento de ti, guardado tantos anhos
i you cun tantas ganas de salir
deixa que sustrique bien tous cluôstros
i que mius uôssos se arrigéssen siêmpre más i más
para que naide m'angulha de nuôbo
bendita sós, ó mai
porque an tou ser me fortaleci.
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Este fragmento de poema está escrito em mirandes, uma língua estranha para alguns. Ele é parte de um livro de textos sobre a literatura oral mirandesa. Os textos do livro foram recolhidos em várias aldeias da região do Douro, entre moradores que, em geral, estão na faixa etária compreendida entre 50 e 80 anos.
A língua mirandesa é falada por comunidades nativas do Planalto Mirandês, que fazem parte do povo português, partilhando sua história e falando também a língua portuguesa. Pertence ao grupo das línguas cuja origem se encontra nos romances peninsulares, formados a partir do latim vulgar (da mesma época do galego-português). É uma língua utilizada fundamentalmente para transmissão oral da cultura, e estima-se que seja falada por uma população entre 10 e 15 mil pessoas. Foi estudada e escrita pela primeira vez po Leite de Vasconcelos, no final do século XIX.
Este espaço foi criado para me aproximar das pessoas que têm interesse pela poética, como um mundo de possibilidades a ser conhecido, inclusive, relacionando-o com as chamadas "exatas", que, veremos, não são tão exatas assim. Contém o meu pensar sobre cultura, ciência e sua relação com o mundo, e a chance de um olhar mais amplo sobre ele e suas questões. Está aberto aos comentários, às opiniões divergentes, às discussões e a tudo que nos permita essa amplitude.
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