Nascia e anulava-me
sucessivamente; buscava-me consistente, mas era massa disforme e morna
penetrada pela lança aguda da ausência antecipada, quando o silêncio deixava
ouvir apenas o coração em descompasso de espera...e só os meus ouvidos, as
paredes e o porta retrato escutavam. Só
lembranças...seguravas meu rosto entre as mãos ágeis e, inconsciente, afundavas
os dedos em meus cabelos leves e suados, que embaraçavam-se ao o ritmo apressado
da tua respiração; aqueles dedos inocentemente escorregavam buscando tocar qualquer
pedaço da minha pele em brasa. A tua mão tão conhecida e quente
deslizava inquieta mas suavemente por toda a superfície do meu corpo, como se
tentasse desvendar-lhe cada pedaço, recompondo-o. E eu? eu, sensível como uma
ferida, aguardava o toque da da primeira vez, e era sempre novo e
infinito... morria então, e me perdia...mas me guiava o sol que se dourava ao
contato dos pelos louros do teus braços e da tua fina sobrancelha que guardava
o tesouro daquele azul abissal, que se inundava inesperadamente.
Quero lembrar a todo instante e
sentir de novo a dor dessa presença, a dor da consciência de ti e da tua
ausência; de qualquer forma serão sempre uma dor...preciso abrir as comportas e
todas as portas e janelas, e soprar para longe o cheiro inesquecível que elas ressuscitam em mim...
Um comentário:
Fia, ô Fia! kkkkkkkkkk Pois é, eu estava ligado na copa, me lenhei de verde e amarelo! kkkkkk
Que bom você!
Seu texto, como sempre, muito do porreta e cheio de sentimento, de amor e sonho, oi que bom! kkkkkk
Belo texto, que nos leva para dentro do sonho e do sentir e desejar, ave César! kkkkkkk
PORRETA!
O Sibarita
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