quinta-feira, outubro 17, 2013

Cavalo alado (Guacira Maciel)

 Contemplei silenciosa
a espuma debruando as ondas
 que chegavam à praia
como crinas de cavalo
açoitando as areias
o vulto que poderia ser o teu
arrastava lentamente o meu olhar
para a tua ausência
o cenário era pacífico
apenas a força do vento eriçava
a vegetação costeira
 em pequenas ondulações
 e por alguns segundos
nos encontrei arfantes
mas repousei pois não fizeste
um movimento sequer
meu corpo encostado ao teu
adormeceu num sono de desilusão
regressaste então
resfolegando alado sob o sol
e cavalgaste vigoroso
exalando gozo
por saber-se amado
meu corpo perfumou-se
ao teu toque
e fechou-se o ciclo do dia
imaginado no silêncio do horizonte
para outro anoitecer...

Nenhum comentário: