Eu não era uma criança diferente;
sentia pelo Natal o mesmo encanto que as outras crianças. Porém, o meu maior sonho
não era ganhar os presentes; eu tinha um desejo secreto: tocar na barba do
Papai Noel para saber se ela era maciinha como a espuma que fazia o meu
sabonete na hora do banho... Quando minha mãe começava a tirar do armário as
caixas que continham os enfeites da árvore e os novelos embaraçados, por mais
que ela tentasse evitar isso, de luzinhas coloridas que deixavam a casa toda
com uma cara de caixa de presentes, eu começava a ficar pensativa e ansiosa.
Sempre tinha esperança que naquele Natal acontecesse um milagre e eu
conseguisse ficar acordada para ver a chegada daquele velhinho mágico, que só
aparecia uma vez ao ano. Minha mãe adorava aquela época de festas e cuidava de
todos os detalhes com a maior alegria. Apesar de nossa casa parecer estar
sempre em festa, porque meus pais eram muito alegres e sempre tínhamos visitas,
almoços, danças, contagem de história, filmes e coisas assim, no Natal tudo tinha um brilho diferente. E então, começava para mim a contagem
regressiva. Mas certa manhã de domingo, a excitação me tirou mais cedo da cama
e corri para a sala com os pés descalços e as tranças desfeitas pensando em me certificar de que a
árvore já estava arrumada, quando percebi meu pai sentado tenso no sofá e minha
mãe, quase pendurada sobre sua cabeça, tentando fazer alguma coisa que terminou
por arrancar-lhe um __ Aiii!... abafado, com receio de nos acordar. Não dei
muita importância ao inusitado da cena e continuei escondida olhando
deslumbrada o brilho dos enfeites até adormecer ali mesmo e ser levada de volta
à cama, acho... Quando, finalmente, chegou a esperada noite, após todas as
brincadeiras e comilanças, fomos enviados às nossas camas, porque o velhino “só
distribuiria os presentes se estivéssemos dormindo”. Na manhã seguite, em meio
a toda a confusão para que cada um encontrasse o seu pacote (éramos seis
filhos), notei um pequeno envelope branco preso àquele que tinha meu nome e tratei de abrí-lo intrigada. Para meu
espanto e decepção, lá dentro estava um fio de cabelo branco acompanhado de um
bilhetinho: “Se for uma menina cuidadosa, guardará este fio da minha barba e me
entregará no próximo Natal. Assinado: Papai Noel”
Este espaço foi criado para me aproximar das pessoas que têm interesse pela poética, como um mundo de possibilidades a ser conhecido, inclusive, relacionando-o com as chamadas "exatas", que, veremos, não são tão exatas assim. Contém o meu pensar sobre cultura, ciência e sua relação com o mundo, e a chance de um olhar mais amplo sobre ele e suas questões. Está aberto aos comentários, às opiniões divergentes, às discussões e a tudo que nos permita essa amplitude.
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Bom dia. Hoje são 26 de maio de 2023, ou seja, falei que estava voltando e a viagem de volta foi demorada...desculpem...foi falta de ânimo,...
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Embora esteja um pouco atrasada nas postagens - e peço desculpas -, não deixei de pensar, de escrever, mas...é Carnaval... Ainda que, pessoa...
Um comentário:
Belo conto, porreta mesmo!
Essa magia de papai Noel é algo que levamos para o resto da vida, o lúdico que nos faz bem, né não? kkkkkkk
Ei mulher porreta meu Deus! kkkk
O Sibarita
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